Carta Aberta ao meu Rival Palestino

Bandeira da Palestina, onde vive meu rival palestino.

Olá, rival palestino.

O xadrez é um jogo fascinante, não é? Confesso que tenho uma relação de amor e ódio com ele. Sinto-me frustrado, às vezes, com o meu progresso que parece evoluir no passo de uma tartaruga. Mesmo assim, não abro mão de separar alguns minutos do meu dia para uma partida, nem que sejam as “rápidas”, de dez minutos. Foi onde nos encontramos.

No começo da partida, aproveitei a opção de “chat” do “chess.com” para enviar uma humilde mensagem de solidariedade. “Free Palestine”, escrevi, ao qual você me respondeu com corações e uma mensagem de “bom jogo”. A partida terminou antes do cronômetro encerrar, onde fui vencido sem muitas dificuldades. Nos despedimos e fechei o aplicativo, para fazer outra coisa da vida. Mas e quanto a você, refleti. O que você estaria fazendo em sua terra senão sobreviver? Ainda assim, separou alguns minutos para se divertir comigo.

Vocês estão sofrendo a maior atrocidade humana nos últimos tempos. Não é a primeira vez que a comunidade internacional, especialmente, o ocidente, é conivente com um regime de apartheid e está disposto a sacrificar quantas vidas forem necessárias para manter os seus interesses. No entanto, o número de pessoas que condenam o que está acontecendo aumenta. As lideranças estão se posicionando e senti-me orgulhoso do meu, em particular, quando o fez. Escrevo isso para que você não perca a esperança. O cessar-fogo virá e quero que saiba que estaremos ao seu lado quando começarem a reconstruir suas vidas. E claro, espero pelo fim do apartheid.

Despeço-me com um abraço, que transcenda o oceano e te aqueça nestes dias sombrios. Fique bem e sinta-se convidado a me desafiar no xadrez. Afinal, rival palestino, você me deve uma revanche.

Palestina Livre!

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