Vi a cidade de São Paulo acabar em poucos minutos. Estávamos eu e minha esposa saindo de um shopping quando ela me apontou uma movimentação incomum de nuvens vindo de trás de um prédio. Era muito rápido, parecia uma cena acelerada do filme Koyaanisqatsi, documentário clássico dos anos 1980. Minutos foram suficientes para causar apagões, quedas de árvores e vítimas.
A Era Collor foi o cartão de visitas do neoliberalismo no Brasil. Desde então, o país passou por um severo processo de privatização de empresas estatais, com o governo vendendo muitas dessas a preço de banana, como no caso da Vale do Rio Doce. O resultado foi a eterna promessa de investimentos por parte das novas administradoras, que nunca são cumpridas. Não seria diferente com a recente privatização da energia elétrica, na cidade de São Paulo.
A Enel, empresa italiana atualmente responsável pela energia elétrica em São Paulo, prometeu investimento na infraestrutura para aterrar os fios de energia. Como esperado, isso não foi cumprido e agora, oferecem como solução, apoiada pelo prefeito Ricardo Nunes, uma taxa ao consumidor para que seja feito, em vez arcar com os prejuízos causados, como se deixar o povo passar dias sem energia não fosse desrespeito o suficiente.
Energia elétrica é um recurso essencial para a vida de todos. Por isso, não pode ser tratada como mercadoria. Que o debate sobre reestatização entre em pauta e o paulistano aprenda a votar melhor ano nas próximas eleições.
Tenha uma ótima sexta-feira!
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