No mês de Novembro, a obra “Frankenstein”, clássico de Mary Shelley publicado pelo Clube de Literatura Clássica, foi indicada ao prêmio de Melhor Ilustração do 65º Prêmio Jabuti, o maior prêmio de literatura do nosso país. A arte do livro, feita por Vicente Pessôa, foi gerada totalmente utilizando uma ferramenta de Inteligência Artificial chamada Midjourney e foi alvo de polêmica, com protestos da comunidade que causaram sua eventual desclassificação.
Abriu-se, então, um debate sobre o uso das IAs para otimizar o nosso trabalho. Quais são os limites? Até que ponto a atuação das IAs será permitida sem que a obra seja considerada totalmente artificial?
Como escritor de literatura cyberpunk, sigo apaixonado pelas Inteligências Artificiais. O ChatGPT é uma ferramenta fascinante que tem me ajudado principalmente na revisão de textos, inclusive, deste que você lê. Auxilia também em pesquisas, onde conseguimos informações de qualidade com fontes confiáveis, uma evolução direta dos buscadores de internet.
Porém, sei que é inevitável o temor quando surge uma nova tecnologia no mercado. No Capitalismo Tardio, o viés de uma nova tecnologia sempre tem o objetivo de maximizar a produtividade, o lucro e minimizar custos. O último, leia-se demissões em massa, visando aumentar o exército industrial de reserva, pilar fundamental deste meio de produção. Não superaremos este medo enquanto não superarmos o Capitalismo.
A atuação do Estado é fundamental para lidarmos com novas tecnologias. Já existe em pauta na Câmara dos Deputados a PL 21/2020, que visa criar um marco legal das Inteligências Artificiais no Brasil, respeitando a democracia, os direitos humanos, a pluralidade e a não-discriminação. Será um passo fundamental para que mitigarmos polêmicas sobre o assunto, e que tais ferramentas tragam benefício a nossa sociedade. As IAs vieram para ficar.
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