Indisposição, pressão na cabeça, mal-estar. Eis um dos sintomas que a feroz onda de calor que assola o Brasil me impôs. Desde o seu início, todo o esforço existencial de minha pessoa teve como objetivo evitar ser cozido, não desmaiar e poupar o máximo de energia. Exercícios físicos se resumiram a pequenas caminhadas, e acho mais o que suficiente. Somente psicopatas seriam capazes de frequentar academias em dias como estes.
O alerta vermelho soou, não por falta de aviso. Por décadas, os cientistas foram ignorados em relação à preservação do meio ambiente. Afinal, por que deveríamos parar de danificar o planeta e comprometer a nossa lucrabilidade? Recomendações passaram a ser vistas com maus olhos, e o mercado colocou um batalhão de soldados virtuais, entre pessoas e bots programados, para espalhar negacionismo sobre a crise para manter as coisas como estão. Sem contar a grande mídia, financiada pelo mesmo mercado, que passou décadas tentando convencer que nós éramos o problema. Lembro bem das notícias sobre “não use aerossol”, ou “sua geladeira está destruindo o planeta”. Agora, chamam o colapso climático que eles mesmos ajudaram a criar de “novo normal”.
A ficção científica mundial foi outro ator que trouxe alertas sobre a crise climática. De Mad Max, Wall-E e recentemente, a série Extraprolations, são exemplos da arte voltada para tal mensagem. Um esforço que infelizmente, não convenceu os líderes mundiais, nem a elite econômica. É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo.
Não temos outra escolha, como escritores de ficção científica, senão continuar a alertar e, apesar dos pesares, sermos otimistas. É bem provável que as coisas piorem ainda mais antes da humanidade inicie uma força tarefa para salvar o nosso planeta. E que o primeiro esforço seja o fim do capitalismo.
Boa sexta!
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