O cérebro é um equipamento incrível. Até hoje, a humanidade se pergunta sobre o seu potencial, o que será pauta por uns bons séculos para a área científica. Carl Jung tornou-se famoso sobre suas ideias, abordando o subconsciente e a nossa capacidade de interpretar estímulos externos. Segundo ele, como não somos capazes de armazenar tudo em nosso consciente, mandamos para um depósito alternativo, onde é necessário certo esforço para acessá-lo.
Escrever é uma arte que inevitavelmente, nos obriga a mergulhar dentro de si. Por vezes, pode ser perigoso, afinal, acabamos no esgoto de nossos medos e inseguranças. Mas não só de ciladas tal mergulho pode nos levar. Deparar-se com um cenário de nostalgia sempre é uma experiência que aquece o coração.
Por volta de 2009, me aproximei de amigos que se tornaram o meu principal grupo de amigos. Nessa época, em Ferraz de Vasconcelos, fazíamos regularmente churrascos na casa de um dos amigos, um lugar grande que cabia cerca de vinte a trinta pessoas. Desde que a casa foi vendida, por volta de 2013, até hoje falamos sobre ficarmos ricos e comprá-la de volta. Dá para imaginar o carinho que temos por esse lugar.
Escrevi recentemente uma cena, no livro que estou terminando, onde o iniciado é aceito pelo grupo e para comemorar, eles começam um churrasco. Fiz meio na pressa e segui para o próximo capítulo. Quando fui revisar, percebi que o lugar descrito na cena era idêntico a área de churrasqueira da casa do meu amigo. É muito comum nós escritores inserirem lugares onde viveu mas dessa vez, chamou minha atenção por não ser intencional. Comentei com ele sobre e nos divertimos, lembrando do passado.
Escrever é um atalho para vasculhar o que há dentro de nós. No meu caso, tem muito trauma, ansiedade e raiva. E tem picanha, também.
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